– Beijo!
– Outro!
– Outro beijo?
– É, outro beijo de boca.
– De boca, ou na boca?
– Que diferença faz?
– De, é de onde vem, na, é se você quiser um.
– Mas e se eu souber de onde vem e não quiser mais?
Coçou a cabeça sem jeito, olhou pros dois lados e retrucou apreensivo.
– Deve ser coisa de boca. Começa com B.
– Boca é um fuleiro!
– Então venha…deixe ele pra lá!
– Venha? Pra onde?
– Conheci um latim.
– Um latino?
– É. Tá lá em casa.
– Beijo na boca do latino?
– Venha…
Saíram lado a lado, se olhavam desconfiados e envergonhados, mas esqueceram o tal latim do latino e se beijaram na boca a noite inteira.